Storyboard desenvolvido para organizar as idéias que as meninas trouxeram para a nossa videodança.
O que é videodança?
Videodança é a dança do ver, a dança do olhar. É uma linguagem artística contemporânea, que surge como um ponto de confluência entre a dança, a arte de mover-se e a arte de produzir imagens técnicas em movimento, tais como o cinema, o vídeo e as artes digitais. É um caminho artístico cuja questão principal é descontextualizar ou recontextualizar o corpo, as imagens, o tempo, o espaço e o movimento num sentido mais amplo.
Proposta Metodológica: Videodançar
A proposta da oficina Videodançar partiu de dois motivos principais: as perspectivas desta nova linguagem e o seu potencial educativo e criativo.
A linguagem da Videodança está em crescente expansão e dialoga diretamente com a atualidade proposta pelos avanços tecnológicos em relação à imagem. E a velocidade que as informações transitam e que perpassam por todos, informações, sobretudo imagéticas.
É neste lugar que a vejo com um potencial educativo enorme. A videodança volta o olhar para o próprio corpo e eu acredito que é importante ter esta noção desde cedo. É uma linguagem artística que tem como premissa instrumentalizar o olhar através da aproximação com os aparatos do nosso tempo, como câmeras digitais, computadores, televisores, para que o indivíduo produza seu próprio texto, seu discurso, se posicione e transforme seu contexto da maneira que o convier.
No Espaço Cultural Comunitário da Fundação Pierre Verger, eu encontrei uma situação ideal para por em prática estas idéias. Infra-estrutura e abertura ao que traz novidade.
Os participantes da oficina são freqüentadores regulares do espaço e foram escolhidos pela faixa etária dos 10 aos 14 anos de idade. Uma fase em que o senso crítico está em formação e o contato com os aparatos tecnológicos, ainda é pouco embora a curiosidade seja grande.
No intuito de respeitar os saberes dos educandos parti do que fazia parte de suas realidades, dos seus gostos pessoais, estudando primeiro a confluência entre o corpo que dança e a imagem técnica em movimento na linguagem do Videoclipe. Em seguida estudamos o Registro de Dança e ao fim a Videodança. Assistimos muitos trabalhos destas diferentes vertentes e conversamos muito.
Brincadeira, a videodança.
Quando chegamos finalmente à videodança, felizmente as meninas já estavam bem familiarizadas tanto com a proposta quanto com noções básicas tanto no que diz respeito à dança quanto à imagem técnica e seus aparatos.
Percebiam o espaço recortado do enquadramento da câmera, investigam possibilidades, pensavam diferentes velocidades para o movimento considerando as possibilidades de manipulação da imagem.
Então decidiram o tema: a Brincadeira. Começamos um processo investigativo para perceber nossas possibilidades, optou-se pelo espaço externo a sala de aula, decidiram-se brincadeiras específicas como estímulo criativo e estudaram a fotografia da câmera. Coube a mim orientar, sugerir diante das escolhas que elas faziam. O que resultou numa concepção de obra coletiva onde cada um trouxe uma contribuição pontual, mesmo aqueles que infelizmente não puderam participar de todo o processo.
Acredito que experiências como esta só têm a fortalecer a Videodança, uma linguagem artística versátil e autônoma.
Ana Pi, 25 de maio de 2009.
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